3.6.22

Pequeno poema’ in 𝘚𝘦𝘳𝘳𝘢-𝘔ã𝘦


 


Quando eu nasci,

ficou tudo como estava.


Nem homens cortaram veias,

nem o Sol escureceu,

nem houve estrelas a mais...

Somente,

esquecida das dores,

a minha Mãe sorriu e agradeceu.


Quando eu nasci,

não houve nada de novo

senão eu.


As nuvens não se espantaram,

não enlouqueceu ninguém...


Pra que o dia fosse enorme,

bastava

toda a ternura que olhava

nos olhos de minha Mãe...


*Sebastião da Gama*

20.5.22

Poema do amigo aprendiz



 Quero ser o teu amigo. 
Nem demais e nem de menos.

Nem tão longe e nem tão perto.

Na medida mais precisa 

que eu puder.

Mas amar-te sem medida 

e ficar na tua vida,

Da maneira mais discreta 

que eu souber.

Sem tirar-te a liberdade, 

sem jamais te sufocar.

Sem forçar tua vontade.

Sem falar, quando for hora 

de calar.

E sem calar, quando for hora 

de falar.

Nem ausente, nem presente 

por demais.

Simplesmente, calmamente, 

ser-te paz.

É bonito ser amigo, mas confesso 

é tão difícil aprender!

E por isso eu te suplico paciência.

Vou encher este teu rosto de lembranças,

Dá-me tempo, de acertar nossas distâncias…


Fernando Pessoa

18.5.22

Rui Barbosa


“Uma impregnação tal 

das consciências pela 

mentira, que se acaba 

por se não discernir 

a mentira da verdade, 

que os contaminados 

acabam por mentir 

a si mesmos, 

e os indenes, ao cabo, 

muitas vezes não sabem 

se estão, ou não estão 

mentindo.”

Ai. Jesus...