11.11.21
10.11.21
9.11.21
SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN
Devagar no jardim a noite poisa
E o bailado dos seus passos
Liberta a minha alma dos seus laços,
Como se de novo fosse criada cada coisa.
ISABEL FRAGA, in MÚSICA DAS ESPERAS,
A dor dos outros
Está fora da janela.
Entristece-nos
Como um ciclo de chuvas
Mas não nos molha os pés
Nem os cabelos.
Por vezes avistamo-la
Na soturna rua
Que a medo atravessamos.
Ou no café
Onde uma mão se estende.
Vamos então ao armário maior
Buscar o dó, a pena.
E ao porta-moedas
Rebuscar uns trocos.
Alguns de nós
Mas poucos, muito poucos,
Guardaram bagas
Que o tempo lhes ditou.
Verdades que hibernaram
No gelo das idades
E germinaram em caverna escura.
Só esses têm a coragem de ver
Que a dor dos outros
É sempre a nossa dor
Que anda em viagem.
E que, curvada,
Ao peso da bagagem
Nos persegue
E procura.
8.11.21
Assinar:
Postagens (Atom)
Tarso de Melo
S I L Ê N C I O
-
A vida é incrível. E depois é horrível. E depois é incrível de novo. E entre o incrível e o horrível, a vida é comum e rotineira. Ins...
-
Por detrás da alegria e do riso, pode haver uma natureza vulgar, dura e insensível. Mas, por detrás do sofrimento, há sempre sofrimento. Ao...