Amo-te.
Amo-te de uma maneira inexplicável.
De uma forma inconfessável.
De um modo contraditório.
Amo-te
com os meus estados de ânimo
que são muitos
e que mudam, continuamente,
com o tempo, com a vida
e com a morte.
Amo-te
num mundo que não entendo,
com pessoas que não compreendo,
com a ambivalência da minha alma,
com a incoerência dos meus actos,
com a fatalidade do destino,
com a conspiração do desejo,
com a ambiguidade dos factos.
E, mesmo quando digo
que não te amo, amo-te.
Até quando te engano,
não te engano.
No fundo, levo a cabo um plano,
para te amar melhor.
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