1.12.22

MIGUEL TORGA, in DIÁRIO II (1943)



Devo à paisagem as poucas 

alegrias que tive no mundo. 

Os homens só me deram tristezas. 

Ou eu nunca os entendi, ou eles nunca 

se entenderam. A terra, com os seus vestidos e as suas pregas, 

essa foi sempre generosa. 

Vivo a natureza integrado nela, 

de tal modo que chego a sentir-me, 

em certas ocasiões, pedra, orvalho, 

flor ou nevoeiro. Nenhum outro espectáculo me dá semelhante 

plenitude e cria no meu espírito 

um sentido tão acabado do perfeito 

e do eterno..."

Nenhum comentário:

Ai. Jesus...