12.3.22

Ao meu amor, todo o meu ódio.


 Não suporto o silêncio, sua ausência! 

Presa estou na armadilha da vontade 

e sei que, dessa dor, mais consciência 

terei, ao prantear toda a saudade. 


Não suporto o desprezo, o olhar vazio,

na oferta de favor, é seu prazer, 

de sentimento mórbido, tão frio, 

quando eu desejo só o benquerer.


Então, um ódio inteiro me desperta.

–Dane-se quem me julga e bem condena!

Sinto, no meu peito, a ferida aberta...

 

Se é sua a lâmina que corta e parte,

a quem importa minh'alma pequena?

–Seu coração, que também sofra!...Infarte.


Anne Mahin

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