11.1.22

MEU AMOR




 Meu amor, meu amor

meu corpo em movimento
minha voz à procura
do seu próprio lamento.

Meu limão de amargura meu 
punhal a escrever
nós parámos o tempo não 
sabemos morrer
e nascemos nascemos
do nosso entristecer.

Meu amor meu amor
meu pássaro cinzento,
a chorar lonjura,
do nosso afastamento.

Meu amor meu amor
meu nó de sofrimento
minha mó de ternura
minha nau de tormento
este mar não tem cura 
este céu não tem ar
nós parámos o vento não 
sabemos nadar
e morremos morremos
devagar
   devagar...

 ARY DOS SANTOS

2 comentários:

Odilon Carlos disse...

Bom dia Sonia, bonito blog, harmônico, inspirado e "clean". Impressionante sua sensibilidade para escolher bons poemas, parabéns.
Ahhh...ainda que já se 2022, desejo bons momentos boas conquistas neste ano, viu?

Sonia disse...

Muito obrigada!
Que você tenha um ano de paz, saúde e muito amor!

Ai. Jesus...