28.2.22
12.2.22
Edson Rufo
Somente o tempo diz,
que confiança é vidro,
que ganância é pedra,
que desprezo é arrependimento,
que ilusão é tombo,
que mentira é espelho.
2.2.22
31.1.22
Intervalo
Que raras deusas têm escutado
Aquele amor cheio de crença e medo
Que é verdadeiro só se é segredado?
Quem to disse tão cedo?
Não fui eu, que te não ousei fazê-lo.
Não foi um outro, porque o não sabia.
Mas quem roçou da testa teu cabelo
E te disse ao ouvido o que sentia?
Seria alguém, seria?
Ou foi só que o sonhaste e eu te o sonhei?
Foi só qualquer ciúme meu de ti
Que o supôs dito, porque o não direi,
Que o supôs feito, porque o só fingi
Em sonhos que nem sei?
Seja o que for, quem foi que levemente,
Ao teu ouvido vagamente atento,
Te falou desse amor em mim presente
Mas que não passa do meu pensamento
Que anseia e que não sente?
Foi um desejo que, sem corpo ou boca,
A teus ouvidos de eu sonhar-te disse
A frase eterna, imerecida e louca
A que as deusas esperam da ledice
Com que o Olimpo se apouca.
Fernando Pessoa
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A vida é incrível. E depois é horrível. E depois é incrível de novo. E entre o incrível e o horrível, a vida é comum e rotineira. Ins...