Sou entre flor e nuvem,
estrela e mar. Por que
havemos de ser unicamente
humanos, limitados em chorar?
Não encontro caminhos fáceis
de andar. Meu rosto vário
desorienta as firmes pedras
que não sabem de água e de ar.
Sou entre flor e nuvem,
estrela e mar. Por que
havemos de ser unicamente
humanos, limitados em chorar?
Não encontro caminhos fáceis
de andar. Meu rosto vário
desorienta as firmes pedras
que não sabem de água e de ar.
Meu pescoço se enruga,
imagino que seja de mover a cabeça
para observar a vida.
E se enrugam as mãos
cansadas de seus gestos.
E as pálpebras apertadas no sol.
Só da boca não sei o sentido das rugas,
se dos sorrisos tantos
ou de trancar os dentes
sobre caladas coisas.
“o amor, esse sufoco,
agora há pouco era muito,
agora, apenas um sopro
ah, troço de louco,
corações trocando rosas,
e socos”